Durante quatro dias, o estado de Goiânia discutiu a inovação cooperativa no Brasil. O CoopsParty Summit 2025, realizado entre 29 de outubro e 1º de novembro dentro da FIC Goiás, reuniu lideranças, especialistas e jovens talentos em uma programação intensa, marcada por debates sobre tecnologia, economia, gestão e futuro do trabalho.
Com o tema “Inovar é cooperar com o futuro”, a edição reforçou o papel estratégico da informação no fortalecimento do movimento cooperativista e necessidade de adaptação do setor às novas demandas tecnológicas e sociais. Além da de propor reflexões sobre o impacto da inovação, o evento reafirmou a convergência entre tecnologia, sustentabilidade e propósito coletivo como pilares de um novo tempo para o setor.
A MundoCoop, representada pelo diretor Douglas Ferreira, participou das discussões reforçando importância de aproximar o movimento de públicos mais jovens e conectados. A programação distribuída ao longo de quatro dias, aproximou profissionais de diferentes áreas em palestras imersivas e de aprendizado múltiplo.
Cooperativismo como modelo econômico do futuro
No dia de abrtura, o economista e jornalista Luis Artur Nogueira apresentou uma análise do cenário global e apontou o cooperativismo como uma resposta sólida às incertezas econômicas e sociais do mundo contemporâneo.
Durante sua apresentação “Futuro econômico, desafios e oportunidades”, ele destacou que o modelo cooperativo é o mais justo entre todos sob a justificativa da distribuição da distribuição equilibrada dos resultados e da valorização do coletivo. De acordo com o jornalista, o grande desafio do setor está na comunicação, que ainda não traduz ao público em geral a força e a relevância das cooperativas. “Quando o cooperativismo conseguir transmitir com clareza seu impacto, estará pronto para ocupar um espaço ainda maior na economia mundial”, afirmou.
“Quando o cooperativismo conseguir transmitir com clareza seu impacto, estará pronto para ocupar um espaço ainda maior na economia mundial”, – Luis Artur Nogueira
Ao analisar o contexto internacional, o economista também abordou a disputa comercial entre Estados Unidos e China e seus reflexos diretos sobre o Brasil. Para ele, essa reconfiguração geopolítica cria tanto desafios quanto oportunidades, especialmente para modelos econômicos sustentáveis e colaborativos.
No mesmo palco, o especialista Kazuo Yassaka, fundador da Yassaka Educação Corporativa, conduziu uma palestra que integrou uniu experiência prática e reflexão sobre o comportamento empreendedor. Sob o tema “Ser inteligente e criativo nos negócios”, ele apresentou o perfil das pessoas bem-sucedidas e destacou valores essenciais para construir relações sólidas e de êxito, formados por: carisma, empatia, otimismo, persistência e honestidade.
“Conhecimento gera resultado, mas é o comportamento que cria conexões duradouras” – Kasuo Yassaka.
O palestrante também ressaltou que o futuro dos negócios será definido pela capacidade de adaptação e aprendizado contínuo. Em um mercado em que a tecnologia redefine competências a cada ano, a criatividade e a autenticidade setornam, cada vez mais, quesitos diferenciais humanos insubstituíveis.
Novas fronteiras do cooperativismo
Entre os destaques do terceiro dia, a palestra de Glauco Milhomem, diretor de TI e Operações da Quanta Previdência, apresentou um olhar inovador sobre a longevidade e o papel da Inteligência Artificial no cooperativismo. O dirigente mostrou como o avanço da tecnologia pode transformar o mercado 60+, hoje um dos mais promissores do país.
Glauco destacou que o envelhecimento populacional cria um uma série de novas oportunidades para o cooperativismo, seja no setor de saúde, beleza, turismo ou educação. “As pessoas vão viver mais e querem continuar ativas. A IA oferece ferramentas que permitem autonomia, geração de renda e inclusão digital”, explicou.
Ao mencionar o déficit de cuidadores e a chegada dos robôs de assistência, ele defendeu que o modelo cooperativo está preparado para liderar esse movimento. Para ele, o cooperativismo reúne condições ideais para liderar soluções voltadas à longevidade. “O cooperativismo já tem na essência o ato de unir pessoas e resolver desafios coletivos. Esse é o caminho natural para atender uma geração que busca bem-estar e pertencimento”, afirmou.
Propósito de inovação em prática
O segundo e o último dia do evento reuniram apresentações que destacaram a atuação do cooperativismo em diferentes frentes do país. A superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, ressaltou a importância de 2025 ser o Ano Internacional das Cooperativas, definido pela ONU, e reforçou o impacto socioeconômico do movimento no país. “Quem vive o cooperativismo sabe que onde tem cooperativa a vida é melhor e mais próspera. Nosso modelo transforma comunidades e promove qualidade de vida”, afirmou.
O professor de criatividade Murilo Gun também marcou presença no CoopsParty, provocando o público a repensar a relação entre inovação e coragem. Em sua palestra “Criatividade e coragem para se reinventar”, ele defendeu que a capacidade de inovar nasce da disposição para errar, aprender e tentar de novo.
Outro momento de destaque foi a mesa-redonda sobre educação corporativa e desenvolvimento humano, mediada pelo Sistema OCB/GO, com representantes das cooperativas Sicoob Nova Central e Comigo. O debate reforçou a importância da capacitação contínua como ferramenta para fortalecer equipes e preparar as cooperativas para novos desafios.
Encerrando o terceiro dia do evento, a cantora e compositora Luiza Possi participou com a palestra “Prosperidade 360”, na qual apresentou uma visão ampliada sobre o conceito de prosperidade. Ela defendeu que prosperar envolve equilíbrio entre as dimensões emocional, profissional e espiritual, e destacou os “três As”: Autoamor, Autovalorização e Autoperdão. Durante sua participação, Luiza também abordou o papel da autenticidade e do propósito como elementos centrais para o desenvolvimento pessoal e coletivo, afirmando que a prosperidade ocorre quando há coerência entre o que se faz e o que se acredita.
O CoopsParty Summit 2025 encerrou suas atividades com a reafirmação da força da intercooperação e o compromisso do cooperativismo brasileiro em impulsionar a inovação em todas as frentes do movimento. Para o presidente da OCB/GO, Luis Alberto Pereira, o evento simboliza o encontro entre tecnologia e propósito. “Inovar é criar condições para o coletivo. Nossas cooperativas, o setor produtivo e a sociedade crescerem de forma sustentável e justa”, declarou.
Por Redação MundoCoop