Em um momento em que o mundo corre se empenha para integrar as práticas ODS nas gestões, as cooperativas surgem como forças transformadoras capazes de unir crescimento econômico, justiça social e sustentabilidade.
Durante o Fórum Político de Alto Nível das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (HLPF), realizado na sede da ONU, em Nova York, lideranças das Américas apresentaram o cooperativismo como modelo econômico inclusivo e estratégico.
Realizado em alusão ao Ano Internacional das Cooperativas, o encontro destacou a relevância global do setor em áreas como geração de trabalho digno, promoção da equidade de gênero, inclusão produtiva e combate às mudanças climáticas.
No Brasil, o impacto do cooperativismo ultrapassa os 25 milhões de cooperados, gerando mais de 578 mil empregos diretos e promovendo a inclusão financeira, social e educacional.
Emprego, renda e dignidade
No âmbito nacional, as cooperativas têm se consolidado como um dos principais impulsionadores de desenvolvimento socioeconômico regional. Em 2024, os ingressos das cooperativas brasileiras somaram R$ 757,9 bilhões, aproximadamente três vezes mais que o crescimento do PIB nacional, além da geração de mais de R$ 41 bilhões em salários e encargos sociais.
Esses valores representam a capacidade do desempenho financeiro e, mais do que isso, renda estável, segurança e novas oportunidades de vida para a população.
Inclusão e apoio a imigrantes
Além da geração de renda, o cooperativismo tem exercido um papel social estratégico em diferentes realidades locais. Em regiões como o oeste do Paraná, por exemplo, o cooperativismo tem atuado como uma ferramenta de reconstrução humana. Na região, imigrantes, refugiados de países em conflitos expressivos, como Haiti, Venezuela, Ucrânia e Palestina, encontraram, nas cooperativas locais, uma possibilidade para o recomeço.
Segundo o Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), cerca de 5 mil estrangeiros atuam atualmente em indústrias impulsionadas por cooperativas, o que contribui para o pleno emprego no estado e, sobretudo, para a retomada de suas próprias histórias.
Em algumas indústrias cooperativas, estrangeiros já representam até 30% do quadro de funcionários, explica Sérgio Marcucci, coordenador do estudo.
Fortalecimento de pequenos negócios
Além da promoção de impactos estruturais, o cooperativismo também se destaca como ferramenta essencial de transformação no nível comunitário. Projetos que incentivam o empreendedorismo local e a inclusão produtiva de mulheres e jovens vêm ganhando força dentro do modelo, especialmente por meio de ações voltadas para capacitação e concessão de crédito.
Um exemplo é o projeto “Capital de Incentivo”, promovido pela Central Sicredi PR/SP/RJ em parceria com os Comitês Mulher e Jovem. Lançada em abril de 2024, a iniciativa oferece mentoria e recursos financeiros a microempreendedoras para fortalecer negócios capitaneados pela população feminina.
Ao Sistema Ocepar, Inácio Cattani, presidente da Sicredi Progresso PR/SP/RJ, afirma que a expectativa é que, ao final dos seis meses de desenvolvimento, as empreendedoras estejam mais preparadas para expandir suas atividades e impactar positivamente suas comunidades. “Projetos como esse reforçam como é importante o papel e iniciativas das cooperativas na inclusão financeira das pessoas, como é o caso dessas microempreendedoras”, comentou.
Essas ações se conectam diretamente ao compromisso do cooperativismo com o desenvolvimento sustentável. Sob este entendimento, as cooperativas promovem resultados financeiros, mas, também, constroem redes de apoio que estimulam o protagonismo de seus indivíduos.
Por Redação MundoCoop